quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A dimensão da textualidade como apresentação de compreensão do fenômeno lingüístico.

O último seminário a ser apresentado atrata do que se segue:

A dimensão da textualidade como apresentação de compreensão do fenômeno lingüístico.
No dia 02 de agosto o grupo de Kaliane, Mércia e Auriclécia apresentaram o seminário que trata da textualidade, cujo conceito mostra tratar-se da condição que tem as línguas de somente ocorrerem sob a forma de texto e as propriedades que um conjunto de palavras deve apresentar para poder funcionar comunicativamente. Na dimensão da textualidade como funcionamento para o ensino de línguas vimos que: a textualidade ganhou impulso com a divulgação de uma proposta: a de que o estudo das línguas recobrirá mais consistência e mais relevância se eleger como ponto de referência , o texto; pois o mesmo envolve relações de recursos de estratégias, de operações, de pressupostos que promovem a sua construção e sequência, que possibilitam seu desenvolvimento temático , relevância informativo-contextual, sua coesão e sua coerência.

A HORA DA ESTRELA

ENREDO
A história gira em torno de uma nordestina que não tem nem idéia de sua própria existência. Vem do sertão de Alagoas para o Rio de Janeiro para trabalhar como datilógrafa. Começa um namoro com um conterrâneo que é interrompido pela ganância do mesmo.
TEMPO
Não há como ser preciso neste item,porem a narração ocorre a poucos dias no mês de maio,entre lembranças de macabéa
CLIMAX E NARRADOR
O começo do namoro com olímpico trocando-a pela sua colega de trabalho, Gloria, que arrependida lhe indica a madama Carlota, uma cartomante.madama Carlota lhe prevê um futuro só que mal interpretado. Contente com o maravilhoso destino previsto por madama Carlota, macabéa sai destruída é atropelada, agoniza e morre no meio da sarjeta.
Narrador
É um narrador onisciente.Rodrigo R.M. que não chega a participar ativamente da narração.
SÍNTESE
Macabéa, uma nordestina, luta para sobreviver no Rio de Janeiro, trabalhando como uma datilografa.divide um lugar quase subumano juntamente com mais quatro amigas. Em um dia que falta o trabalho, ela encontra Olímpico que a convida para um passeio sobe uma intensa chuva. Daí por diante ela o toma como seu primeiro namorado. Apesar de parecer estar com sorte por ter arranjado um namorado, ela é traída pela Glória, uma amiga de trabalho. Essa amiga com remorso indica a ela, uma cartomante para que lhe adivinhasse o futuro,futuro esse que como Madama Carlota, a cartomante, lhe disse,mudaria sua vida no momento que saísse da casa da Madama, com muito dinheiro, casamento com um estrangeiro,luxo e amor.E quando ela foi finalmente embora tudo realmente mudou. Atordoada com tanta felicidade e espantada com a miserável vida que levava, ficou indecisa com um ato tão banal de atravessar uma rua que quando se decidiu foi atropelada por uma Mercedes. Morre aí Macabéa na sarjeta.

Disponívelhttp://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&source=hp&q=sintese+da+obra+a+hora+da+estrela&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai= Acesso em: 30 de jul.2010 ás 19h30min

No romance "A Hora da Estrela" temos o momento da morte de Macabéa como um dos mais importantes da história, pois a hora da sua morte é o instante em que ela se encontra consigo mesma; isso porque em muitos momentos da narrativa ela não tinha consciência nem da sua própria existência e por isso não tinha sonhos nem objetivos. Sua única fantasia era ser estrela de cinema e sua paixão era comer goiabada com queijo. Assim percebemos o quanto que macabéa era simples, que por conta da sua imagem de nordestina desinformada e por está numa cidade grande, sendo uma moça feia e de origem pobre, com maus hábitos de higiene, ela era vista com um certo desprezo e somente no momento da sua morte é que ela conseguiu ser estrela, pois é nesse momento que ela passa a ser percebida por todos.

REPENSANDO A TEXTUALIDADE

O texto “Repensando a textualidade” de Maria da Graça Costa Val, contido no Livro Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino; organizado por José Carlos de Azeredo, aborda alguns dos elementos que fazem parte da história da Linguística Textual, a qual tem se dedicado a estudar a constituição do texto, bem como os fatores que norteiam a sua produção e recepção. Surge a necessidade de se repensar o conceito de textualidade, sobretudo com as contribuições oferecidas pela Análise do discurso, pelas teorias da enunciação, pela Pragmática, pela Análise da Conversação, dentre outros.
Costa e Val citando Maria-Elisabeth Conte, mostra que no desenvolvimento da Linguística Textual destacou-se três ‘momentos tipológicos’. No primeiro, a análise ‘transfrástica’, a atenção se dava às relações entre os enunciados. Passou-se a analisar segundo a autora fenômenos como a correferência, o emprego do artigo, a correlação entre tempos e modos verbais, que hoje identificamos como atinentes à coesão textual. No segundo momento o interesse se voltava para a construção de gramáticas do texto. Neste, o texto passa a ser visto mais do que uma sequência de frases e seu significado dá-se a partir do todo que o compõe. O conceito chomskyano de competência lingüística é ampliado para o de competência textual. No terceiro momento tipológico da Linguística Textual, passou-se a construir teorias do texto, nas quais ganha destaque os aspectos pragmáticos. Assim não mais se buscaria explicar a competência lingüística, nem a competência textual, e sim, a competência comunicativa, referente à capacidade de se participar com eficiência e eficácia das situações sociais de comunicação.
Segundo Costa Val, surgem alguns conceitos de texto como o de Halliday & Hasan (1976): ‘é uma unidade de língua em uso’ (p.1), a textura que equivale à textualidade define-se como uma propriedade que faz com que o texto funcione ‘como uma unidade em relação a seu contexto’ (p.2).
São Beaugrande & Dressler (1981), segundo Costa Val, que postulam os sete princípios que constituem a textualidade, criando a comunicação social. São eles: coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade; além dos três princípios que regulam e controlam a comunicação textual – eficiência, eficácia e adequação.
Conforme Costa Val os sete padrões de textualidade são entendidos pelos autores como princípios constitutivos da comunicação textual que funcionam integralmente com três princípios reguladores – a eficiência, a eficácia e a adequação –, cujo papel seria viabilizar o monitoramento do processo comunicativo pelos participantes. A eficiência de um texto diz respeito à sua capacidade de comunicar com o mínimo de esforço tanto do produtor quanto do receptor; a eficiência (eficácia na verdade) está ligada a sua capacidade de ‘impressionar’ o recebedor; a adequação tem a ver com a pertinência e relevância do arranjo que constitui sua textualidade com relação ao contexto em que ele ocorre (p. 41).
Para Beaugrande (1980), citado em Beaugrande & Dressler (1981: 35), conforme Costa Val, o texto é um conjunto de elementos funcionais juntos. Produzir e interpretar textos seriam processos para se resolver problemas em que os princípios reguladores teriam a função de contribuir para o inter-relacionamento dos sete princípios que constituem a textualidade.
No tocante ao artigo de Charolles (1978), Introduction aux problèmes de la coherence des textes, este aborda as regras ou as ‘meta-regras’ que constituem a coerência, que para Charolles (1978), segundo Costa Val, não se distingue de coesão. Para Charolles (1978) a coerência e o sentido do texto dependem da situação, o texto não é coerente e nem deixa de ser em si mesmo, é a situação que o determinará como coerente ou não para alguém.
Na primeira meta-regra, chamada de meta-regra de repetição, para que um texto seja coerente, é preciso que contenha, em seu desenvolvimento linear, elementos e recorrência estrita; na qual se continua falando de algo que já foi dito anteriormente, explícita ou implícita, em um determinado texto. A segunda meta-regra diz respeito à progressão, na qual para que um texto seja coerente é preciso que em seu desenvolvimento haja uma contribuição semântica que se renove constantemente. Segundo Costa Val, a intuição textual dos falantes explica esse requisito de coerência com expressões como ‘ir para frente’, ‘não ficar amassando barro’, etc. Na terceira mete-regra que se refere à não-contradição, para que haja coerência em um texto, é preciso que no seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que venha a contradizer algo posto por uma ocorrência anterior, ou deduzível destea por inferência. Essa meta-regra permite que um texto não se contradiga negando o que afirmou ou afirmando o que negou. Se por exemplo um determinado texto explicita que a fórmula da água é H2O, não poderá na sequência do texto expor que a fórmula é CO2. A quarta e última meta-regra é a que Charolles (1978) chama de relação. Nesta, para que uma sequência ou um texto sejam coerentes, é necessário que os fatos que denotam no mundo representado estejam diretamente relacionados.
Para Costa Val,
As meta-regras se mostram úteis em sala de aula porque ‘destrinçam’ de que se constitui a coerência, possibilitando ao professor orientações e avaliações mais objetivas, menos dependentes de gosto ou crença pessoal, no trabalho com textos (p. 46).
O trabalho de Charolles é apresentado como enfatizador da realidade entre as meta-ragras, não deixando escapar que a coerência não está no texto enquanto produto, mas, antes, é um processo resultante da interlocução. Beaugrande (1997) rejeita a idéia de se ver o texto como produto ou artefato, para ele segundo Costa Val, a textualidade é um processo de textualização. Sobre a distinção entre texto e não-texto, Beaugrande (1997) citado por Costa Val diz:
Desde o aparecimento, em 1981, da obra Introduction de Text Linguistics, que usou os sete princípios de textualidade como base, nós necessitamos enfatizar que eles designam as mais importantes formas de conectividade e não (como alguns estudos assumem) os fatores lingüísticos do texto-artefato, nem as fronteiras entre ‘textos’ e ‘não-textos’. Os princípios aplicam-se onde quer que um artefato seja textualizado, mesmo que alguém julgue o resultado ‘incoerente’, ‘sem propósito’, ‘inaceitável’ etc. Tais julgamentos indicam que o texto pode não ser apropriado (adequado para a ocasião), ou eficiente (fácil de manusear), ou eficaz (proveitoso para o objetivo ou intenção); mesmo assim é um texto. Em geral, as perturbações e irregularidades são desconsideradas, ou entendidas como sinais de espontaneidade, estresse, sobrecarga, ignorância, e não como perda ou negação da textualidade (p. 15).
Conforme Cota Val sempre que alguém interpretar um artefato como texto é porque este possui os princípios de textualização, como coesão, coerência e tudo mais.
Para finalizar o texto Costa Val destaca que a posição que assume no tocante a textualidade pode deixar os professores perplexos, já que tudo passa a ser texto, que ‘não se pode dizer que um texto não tem coerência ou não tem coesão’, fazendo assim com que tudo que os alunos escrevam esteja bom. Ainda segundo a autora um trabalho de ensino orientado pelos princípios expostos poderá contribuir, efetivamente, para a formação de escritores e leitores habilitados para uma convivência social.

AZEREDO, José Carlos (org.). Repensando a textualidade. In: Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 34-51.

A Hora da Estrela

O romance A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, o qual tem Rodrigo S.M, como narrador onisciente, conta a história da nordestina Macabéa, personagem protagonista; uma mulher miserável que mal tem consciência da sua própria existência. Macabéa após a morte da sua tia viaja para o Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar como datilógrafa e também passa a dividir o quarto com mais quatro colegas. A personagem apresenta-se como uma mulher feia e com maus hábitos de higiene, a quem qualquer um desprezaria:
“Depois – ignora-se porquê – tinham vindo para o Rio, o inacreditável Rio de Janeiro, a tia lhe arranjara emprego, finalmente morrera e ela, agora sozinha, morava numa vaga de quarto compartilhado com mais quatro moças balconistas das Lojas Americanas”.(Lispector,Clarice,1998,p.30). “O quarto ficava num velho sobrado colonial da áspera rua do Acre entre as prostitutas que serviam a marinheiros, depósitos de carvão e de cimento em pó, não longe do cais do porto” (Lispector,Clarice,1998,p.30)
Macabéa conhece Olímpico de Jesus por quem se apaixona, este era um nordestino ambicioso, que a abandona para ficar com Glória, sua colega de trabalho. Glória com remorso indica a ela uma cartomante para que lhe adivinhasse o futuro, desesperada Macabéa vai a procura de Madama Carlota que lhe prevê um futuro de grandes mudanças. Ao sair da casa da cartomante passou por um beco escuro e ao atravessar a rua foi atropelada por um Mercedes amarelo e acabou morrendo.
Durante toda a narrativa percebemos que Macabéa é tida como um produto do seu narrador, e que ele acaba se identificando com o personagem, pois é ele quem nos conta a história de como à inventou, explicando a todo momento o quanto é difícil lidar com as palavras e escrever um romance como esse no qual a sua personagem nasce, cresce, trabalha, namora, sonha e no final de tudo acaba morrendo. E é justamente essa relação que há entre narrador e personagem que nos chama mais atenção durante toda a narrativa.



Lispector, Clarice, 1925-1977 A Hora da Estrela /Clarice Lispector- Rio de Janeiro:Rocco, 1998

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A HORA DA ESTRELA (1985, 96 min.)




Disponível em:http://www.youtube.com/watch?v=2FGU1ZxGb0U Acesso em:03 de agosto ás 22:10

sábado, 31 de julho de 2010

A informatividade do texto

A informatividade é uma propriedade que diz respeito ao grau de novidade, de imprevisibilidade que a compreensão de um texto comporta. Assim, quanto mais imprevisível for um texto, maior será seu grau de informatividade. Do contrário, ou seja, quanto mais previsível o for, menor será o grau de informatividade do texto.
Observemos o texto: O oceano é água.
No mesmo, temos um texto com um baixo nível de informatividade, visto que a partir do nosso conhecimento de mundo, já sabemos que o oceano é composto por agua; isso é bem previsível.
Um outro exemplo de texto é: A água não é Oxigênio e Hidrogênio. Ela também é composta de outros gases.
Neste, temos um texto com um grau de inforamatividade mais elevado, já que não é tão previsível a a informação a ser dada.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Texto e intertextualidade

Na aula de linguística do dia 28/07 foi trabalhado um pouco sobre "Texto e intertextualidade" na qual vimos que a intertextualidade ocorre quando, um texto, está inserido em outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade. A intertextualidade é elemento constituinte e constitutivo do processo escrita/leitura e compreende as diversas maneiras pelas quais a produção/recepção de um dado texto depende de conhecimentos de outros textos por parte dos interlocutores, ou seja, dos diversos tipos de relações que um texto mantém com outros textos. Além disso vimos tabém que a intertextualidade pode ocorrer de duas formas: explicita e implícita. A intertextualidade explícita ocorre quando há citações de fonte do intertexto, como nos discursos relatados, nos resumos, resenhas e traduções; nas retomadas de textos de parceiro para encadear sobre ele ou questioná-lo na conversação (cf. KOCH, 1997 a e b, 2004). A intertextualidade implícita ocorre sem citação expressa da fonte, cabendo ao interlocutor recuperá-la na memória para constituir o sentido do texto, como nas alusões, na paródia, e em certos tipos de paráfrases e ironias (cf. KOCH, 1997 a e b, 2004). No caso exige do interlocutor uma busca na memória para a identificação do intertexto e dos objetivos do produtor do texto ao inserir no discurso. Quando isso não ocorre, grande parte ou mesmo toda a construção do sentido fica prejudicada. A intertextualidade é "um fenômeno constitutivo da produção do sentido e pode-se dar entre textos expressos por diferentes linguagens” (Silva,2002),ou seja, toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade.

KOCH, I. V; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2 a ed. 2 reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.

DisponívelemAcesso em:30 de jul de 2010 às 22h18min